Vivemos a era do paradoxo: temos todo o conhecimento da humanidade na palma da mão através do celular, porém só o usamos para ver conteúdo inútil nas redes sociais.
Claro que isso é uma generalização, mas estatisticamente a maioria usa para isso, sendo que só a minoria usa para coisas como: escrever, estudar, fazer e divulgar arte (música, pintura, poesia, livros), protestar - isso as pessoas até fazem muito - além de uma infinidade de coisas.
Costumo fazer uma analogia com o filme Matrix, na cena em que Neo pede para Tank carregar programas sobre diversas coisas que ele não sabe, como artes marciais, e no fim ele exclama: eu sei Kung Fu! Acho genial isso e aplico na minha vida usando a internet para aprender tudo o que sempre tive vontade: esses dias troquei o botão do vidro elétrico do carro que estava com defeito; não sou eletricista de autos porém o conserto deu certo!
Há tanta coisa para se debater, tanto para se fazer, mas as pessoas se limitam a "arrastar para cima" a tela do celular. Um exemplo é o meio ambiente, que devido aos maus-tratos sofridos durante décadas, está revidando agressivamente com tempestades e ondas de calor extremos. Ninguém fala sobre ações a serem tomadas nas cidades, estados e países, ou se falam é em reuniões inúteis que não geram efeito prático e imediato nenhum, aliás nem a longo prazo. Uma medida simples seria plantar árvores, porém as pessoas não gostam disso pois atrapalha a frente da sua casa com folhas, galhos, raízes, limitação de acesso à garagem, etc.
Tanto se fala sobre democratização do conhecimento, porém a população não faz sua parte, pois existe uma infinidade de aulas sobre assuntos diversos no youtube e a grande maioria dos usuários não faz uso, prefere assistir a bobeiras. O argumento é que a internet é cara e não está acessível a todos, porém todo mundo consegue dar um jeitinho para usar um WI FI do vizinho, de uma cafeteria, de um shopping, de um parente... É claro que existem comunidades desprovidas de recursos básicos como água, energia, elétrica e esgoto, porém não é desses que estou falando, falo das comunidades nos grandes centros urbanos. Se é possível mandar mensagens e rolar a tela para cima o dia todo, então é possível estudar, aprender, criar e debater assuntos sérios, penso eu.
Acontece que no Brasil e no mundo em geral, coisa séria não desperta interesse, não dá Ibope. O que dá Ibope é dancinha e tirar sarrinho dos outros, música besteirenta e sensualizar - que acaba espirrando até em crianças. Agora, se alguém se atreve a tocar no assunto, é tido como "cringe" (palavra gringa usada errada diga-se de passagem) ou tiozão, ou obsoleto e quadrado no mínimo.
É, criamos um mundo caótico e fútil, mas não perco as esperanças visto que existem muitas iniciativas premiáveis mundo afora.